Quem sou eu neste infortuno,
Sem serventia e sem rumo.
A vida efêmera encurta os minutos,
E todos os dias eu me pergunto:
Qual o sentido disso tudo?
A esperança se despenca
do alto do precipício.
Olho em volta, estou sozinha,
Quem escutará o meu grito?
Todo mundo indo embora,
E, aos que ficam, ignoram,
a presença, a dor e o motivo.
Todos os dias um pedaço se dissipa,
já não tem mais como impedir.
O que será daqui pra frente,
parece um beco sem saída,
sem espaço pra fugir.
Quando os sonhos saltam para longe
a parte que sobra se prepara pra partir.
A outra metade que aqui fica,
por ausência de combustível
o tempo inteiro quer sumir.
Aos poucos vão se desfazendo
falta pouco pra eu partir.
Todos os dias nascem indícios,
o sorriso é mais um disfarce,
mas ninguém notou em mim.
A verdade é que esta vida
tá sustentada por um triz.
E mesmo clamando por socorro,
A voz é despercebida em conjunto,
pois o invisível habita aqui.
Autoria: Palloma Dornelas
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