quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Ao final: a despedida



Romperam-se os laços
fecharam-se os ciclos
despediram-se naquele último abraço
o que parecia, de fato, dispostos pelo destino.

Despediram-se dos acasos
 dos risos frouxos e inusitados
quase sempre era estampado
nos devaneios dissipados
e na utopia da paixão.

Ah, é tudo tão natural
tudo muda e isso tudo é normal
nada certo, se o incerto é real
a despedida é a certeza
deste encontro final.

Autoria : Palloma Dornelas







domingo, 24 de julho de 2016

Deixe-me partir


A cada encontro inusitado
tu chegavas feito vento em furacão
de repente, estava tudo bagunçado:
sentimento, alma, interesse e emoção.

Nesses encontros tão pouco inesperados
a beleza se firmava entre o toque de tuas mãos
no beijo quimicamente que sempre era trocado
e no abraço caloroso semelhante a um vulcão.

Nesses encontros que surgem por acaso
o amor é tão efêmero feito chuva de verão
o desejo é o alicerce que ultrapassa todo prazo
do chegar ao partir sem nenhuma explicação.

E no último momento do encontro incalculado
retorno ao avesso do meu estado de emoção
quiçá, um dia, o destino assujeitado
te assujeite novamente a gênese da paixão.

Autoria: Palloma Dornelas







domingo, 19 de junho de 2016

Ressignificando


Chorarei de saudade
por angústia e  felicidade
guardar-te-ei em minha memória
mais longínqua e remota 
nossas lembranças tão afáveis 
e carregadas de emoções.

O dia-a-dia vai passando
e eu vou tentando me guiar
até os neurotransmissores
nesta missão vem ajudar
a manter a homeostase
do antagonismo desta fase
para não descompensar

Todo excesso e sua essência
registrados hão de ficar
em um tráfego de pensamentos
de memórias  particular
o hipocampo com sua destreza
passará a armazenar

Vem as lembranças como anseios
de um dia te reencontrar
penso em ti o dia inteiro
fazendo a saudade apertar
Êh sistema límbico malvado
mais específico as amígdalas
que me fez, por ti, gostar.

Autoria: Palloma Dornelas






quinta-feira, 2 de junho de 2016

Mil e uma fases




Há quem diga que ela é irmã da lua. 
Permite a transição do ápice da alegria até a rastejante melancolia. 
Vivencia a felicidade até o antagonismo da sua relação. 
Carrega a beleza no sorriso e a intensidade no olhar.
Mas, de repente, um vasto temporal emerge sobre seu corpo 
e substitui um momento de euforia por longos períodos de anedonia.
 Há quem diga que ela é de fases
 Há quem goste desta transição 
Há quem se apaixone por cada fase
 Há quem não suporte tanta alteração.

Palloma Dornelas

sexta-feira, 13 de maio de 2016

O tempo


Lá vai o tempo bem depressa
não tem freio e nem conversa
calma aí, pra que a pressa?
mais um minuto nesta remessa
e assim podes partir.

Lá vai o tempo e leva a hora
pisco os olhos, já foi embora
um segundo já é outrora
o desespero bate na porta
sem piedade nem dó de mim.

Lá vai o tempo atropelando
carrega o presente e vai encurtando
em questão de segundos destrói todos planos
projeções para o futuro estão se findando
e no momento o que resta é o desejo sem fim.

E lá vai o tempo nesta viagem
deixando uma dúvida em sua passagem:
Seria o tempo o apressado
ou será eu o atarefado?
No momento, sem respostas
o melhor é prosseguir. 

Autoria: Palloma Dornelas



segunda-feira, 11 de abril de 2016

Avassalador


Amar-te involuntariamente
inconstante e intensamente.
De segundo a segundo dispara
este desejo que insiste loucamente
em te reviver nestes meus dias tão obscuros 
e que me fazem ter a certeza de que este
jeito tão besta de gostar do inesperado 
de quem nunca conseguirá alimentar 
este vazio que por dentro aflora
 e se transforma num abismo sem fim.

Autoria: Palloma Dornelas

quarta-feira, 6 de abril de 2016

A saúde em poesia


Nos primórdios da saúde
o acesso era restrito
só recebia assistência
se com a previdência contribuísse
visão meramente curativista
e de caráter lucrativo.

Enquanto isso acontecia
a epidemia se disseminava
da febre amarela, peste e tifo
pelos portos se alastrava
os trabalhadores adoeciam
e a economia era afetada.

Combater as epidemias 
era mais que necessário
e as campanhas sanitárias
era o modelo de trabalho
surgia, então, para a saúde
um conceito renovado.

Transitando de cenário
a militância era importante
fortalecer o que se acredita
na luta, firmes e bravejantes
foi necessário um sistema
abrangente e mais equânime.

De caráter Universal
eis que surge este sistema
que abarca as diferenças
sem restrições e nem riquezas
para o cuidado com a saúde
em toda  forma e natureza.

Autoria: Palloma Dornelas







quarta-feira, 23 de março de 2016

Vaidade torturante


Continuar a se enganar nas incertezas
rompe com a razão e se faz torturante.
Corrói como um ácido, aniquila o desejo
destrói toda a paz nesta dúvida incessante.

Aceitar a realidade é o mais sensato
se torna mais que necessário 
e faz bem como um calmante.
A derrota, por mais dolorosa,
não deixa de ser, a verdade amargurante.

E a vaidade? Esta vai ficando obsoleta
sem futuro, sem pé e nem cabeça
que lentamente vai morrendo
pela ausência de combustão.

Autoria: Palloma Dornelas

domingo, 6 de março de 2016

Re-ciclo



Todo sonho é traiçoeiro
todo desejo é mensageiro
todo encanto é passageiro
toda beleza tem seu fim

Tudo na vida é um ciclo
sem eterno, para sempre e infinito
nada dura a mais que o permitido
se refaz nas incertezas 
e novas histórias vão surgindo

Re-ame sempre que findar
re-lute quando a tristeza chegar
re-faça os seus sonhos se um dia acabar
re-nasça em outra vida se aqui não te alegrar.

Autoria: Palloma Dornelas


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

Devaneios

 

Rodopia, tropeça e levanta
seguir em frente, nem sempre, adianta
quando, por acaso, se faz necessário
desvendar o mistério inusitado
que há tempos encontra-se enjaulado
e engolfado nesta ciranda de emoções.

Desvendar-te-ei agora os teus segredos
mais profundos, confusos e intensos
e buscarei satisfazer os teus anseios.
Lançar-te-ei de encontro a felicidade
nesta incessante e incontestável vontade
de reviver imerso e feliz na liberdade

E neste estado de sonhos, desejos e fantasias
minha mente te rastreia no prazer da poesia
 buscando reviver aquelas sensações de euforia
  de perder os cinco sentidos como sempre acontecia
quando nossos corpos se fundiam
 no limiar do amor.

Autoria: Palloma Dornelas



domingo, 31 de janeiro de 2016

E o amor?


Oh moça bobinha
de sentimento explosivo
o amor bateu na tua porta
sem convite e sem aviso
só pode ser mais uma cilada
Cuidado! Olha o perigo!

No tum-tum
a cada batimento
taquicardializa o coração
e recompõe os fragmentos
das vezes que foi destroçado
pelo mesmo sofrimento

A história se repete
e tem o mesmo início
o final nem sempre é igual
porém se mostra o indício
do recomeçar a cada instante
ao libertar deste infortúnio hospício

Ah, e o amor?
que no emaranhado desta dor
incomoda, vira e mexe e aflora
a alma do poeta sensível.

Autoria: Palloma Dornelas



quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Fator consanguíneo


Na gênese do encontro
da relação familiar
nascia o parentesco
fazendo assim aproximar
cada laço entrelaçado
daquele encontro sublimar.

O destino preparou
este encontro sublimar
 do sexteto super fantástico
para este mundo animar
e estreitar os sentimentos
da beleza singular.

O sexteto se formava
pela ordem maestral
da mais linda a mais incrível
tinham em comum o alto astral
apresento-lhes os atributos
da sutiliza emocional.

A paixão por lecionar
transcende o brilho no olhar
das matérias, a mais chata
eis que surge a matemática
Com amor para ensinar.

Prazer, seu nome é Pâmella
ou maga como lhe chamam
por não conseguir engordar.
É tão romântica e carismática
vive sempre apaixonada
pela família e o seu lar.

Formada em radiologia
adora festa e companhia
para sua vida alegrar.
É mãe do príncipe lindo
sou a Éricka e neste destino
nasceu mesmo para brilhar.

De gênio um pouco forte
equilibra e traz suporte
nesta relação fraternal.
Sou Babinha, a brabinha
mãe de Ágatha, a gatinha
e do Andrey sensacional.

A master chef do sexteto
É estudante de direito
e apaixonada pelo o que faz.
Thaís detona na cozinha
estuda quase todo o dia
para conseguir se casar.

Por fim vos falo da novinha
do abdômen sem dobrinha
que faz inveja em qualquer lugar.
Sou fitness e meu nome é Belinha
alta, antenada e magrinha
dos invejáveis retos abdominais.

Dos laços deste parentesco
nasceu este incrível sexteto
tão translúcido e divinal.
O que nos entrelaça neste contexto
é o amor, cuidado e respeito
muito além do DNA.

Autoria: Palloma Dornelas









domingo, 24 de janeiro de 2016

Incertezas


Me lembro que na infância
sonhava em ser doutor
mas gostava de ensinar
por que não ser professor?
Me encantava o descobrir
e até cientista quis seguir

Um dia me perguntaram
qual o meu doce predileto
respondi incertamente
o alfajor e caramelo
na indecisão do escolher
me tornava incompleto

Um dia me perguntaram
quando eu iria me casar
talvez no próximo verão
ou quando o inverno chegar
quem sabe, até um dia, talvez,
se a paixão não acabar

E se, quem sabe, um dia
quando a incerteza findar
talvez o sim se estabeleça
e até o não pra descartar
enquanto isso não acontece
na dúvida, quiçá, continuar.

Autoria: Palloma Dornelas




Tente sempre outra vez


Quantos sonhos são possíveis na coragem de lutar?
Quantos sonhos são frustrados se o medo despertar?
Quantos sonhos são trocados por não saber recomeçar?
Quantos sonhos aniquilados sem poder concretizar?

Quantos sonhos transformados em pesadelo habitual?
Quantos sonhos que perderam seu encanto original?
Quantos sonhos te escravizam neste mundo marginal?
Quantos sonhos enlutados nesta fobia social?

Se o desânimo sequestrar tua coragem de enfrentar
e no meio a tempestade desistires de galgar
não esqueça que teus sonhos te refaz nesta aventura
oscilante e insegura do desistir ao arriscar.

Autoria: Palloma Dornelas